segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Ao meu vigésimo primeiro aniversário


Primeiramente: Obrigada, Deus! Por mais um ano de vida, sem você não sou ninguém, mesmo!
É, menina... mulher? Nem eu sei mais. O que sei é que em toda data comemorativa de aniversário das pessoas importantes da sua vida, você perde um tempinho escrevendo para elas, perdendo minutos do seu tempo a fim de agradá-las. Obtendo retorno ou não, nem convém dizer. Mas você muitas vezes pára e olha pra eles, ao invés de si mesma. Está sempre tão ocupada em fazer as pessoas se sentirem bem que acaba esquecendo de cuidar de você, não é mesmo?
Pois bem, é o seu vigésimo primeiro aniversário e decidi fazer algo diferente este ano, vou escrever um pouco de mim e para mim. Muitos dizem que mais importante do que os 18 anos de idade, os 21 é um marco da sua fase adulta, um semblante oficial da sua maturidade, ou não. Talvez somos todos crianças, aprendendo a sobreviver neste mundo imprevisível, independente da sua idade. 
Menina, mulher? Não decidi ao certo, talvez mais mulher do que menina, as vezes mais menina do que mulher, não importa. Já enfrentou tantas coisas, não é mesmo? Aliás, acho que ninguém nunca te perguntou se você queria mesmo crescer. E não queria, por você eu sei que passaria a vida na Terra do Nunca. Sim, eu lembro quando você chorou com ela naquele banheiro só porque o teu corpo precoce anunciava que você havia se tornado uma "mocinha". Imatura talvez, ingênua? Até demais, né Lelê? Mas fazer o que?
Já passou por tantas batalhas que qualquer um que soubesse sobre seus conflitos internos, se orgulharia da pessoa em que se tornou, forte, destemida, viva. E aquela antiga decepção? Você superou tão fácil que nem eu mesma compreendi como foi capaz de tudo isso, em tão pouco tempo, sua força foi inabalável.
Achou mesmo que não ia poder mais amar, não é mesmo? Achou que sua vida não faria mais sentido? Chorou tantas noites sem ninguém sequer saber, se viu perdida em meio aos pensamentos, lembranças e tormenta. Pois bem, parabéns por aceitar recomeçar, foi a melhor escolha que poderia ter tomado. Deu uma segunda chance para você mesma e se saiu muito bem.
Eu sei que as coisas não estão tão bem como deveriam estar, sei também que está passando por uma fase de provas, pagando por algo que fez nessa ou em outra vida. Talvez, não sabemos. No entanto a sua fé, Lê! Sua fé anda impecável, quem diria aquela garota que adormecia na metade da reza por repetir palavras que na verdade desacreditava. Recitava aquelas frases como que no automático, mas que enfim se encontrou. Que bom, você aprendeu a dar valor ao seu espírito e o anda cuidando bem dele, ou pelo menos se esforça para tal, entende como mais ou menos as engrenagens funcionam.
Bem, voltemos ao passado, aquele bem antigo, como o assalto ao veículo dos seus pais biológicos, que antes do divórcio passaram por tormentos nos quais até ontem você temia. Mas hoje entende, que nenhuma história é semelhante a anterior, não é porque casaram cedo e não deu certo que a sua vida se tornará igual à deles, nem tampouco poderá existir maior razão para que tudo fosse feito e você ter ganho mais três irmãos, mesclando sangues distintos, mas unidos neste elo em que conecta a sua existência.
E tua irmã então, quantas vezes não desejou que ela sumisse? Ou ao menos que tivesse nascido sozinha e tomado a atenção completa da família? Que egoísmo, Leticia! Que tolice imensa. Em pensar que ela sempre esteve ao seu lado e você custou tanto a perceber o valor daquele ser, que secou suas lágrimas naquele aniversário fracassado em que ela foi teu melhor refúgio? Você cresceu tanto depois disso, Lê.
Eu sei, não é o suficiente, nunca é. Afinal, estamos em constante aprendizado, a famosa "metamorfose ambulante", mas não se preocupe, não é a primeira fase inconstante, nem será a última. Alguns na sua idade já estão casados, outros até construíram uma nova família. Você está ai, estudando e seguindo teu sonho. Amar não é prioridade agora, você meio que deixa rolar pra não se decepcionar de novo, depois do tombo que levou. Não é pra menos, eu também teria medo. 
Viu tudo que já conseguiu? Não é porque teu corpo não parece um manequim que isso prejudica sua vida, a menos que implique na saúde, a carcaça é esteriótipo, você é linda. Com todas suas curvas, com todas as ondas do seu cabelo, ondas que tanto destruía só por causa de infelizes que achavam ele "ruim". Olha só pra você, é pequena de estatura e gigante na vida!
De todo meu coração, espero que não perca a sua essência, nem mesmo a ousadia em que sempre viveu. Se arriscando pelas pessoas que ama, fazendo de tudo para lhe arrancar sorrisos, por mais que falhe as vezes, ninguém é perfeito. Continue assim, determinada a seguir teus sonhos, como tanto aprendeu. Colocando sempre o bem estar acima de tudo, coisas materiais pouco importam se te sobra a fé, um escudo de guerra.
Parabéns pra você, que se tornou tão forte e independente, sonhadora e guerreira. Por vezes dramática, gulosa, estressada ou exigente demais, sobretudo você, não se perca nunca. 
Feliz Aniversário para mim.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Mistérios de uma atração recusa


Reprodução Internet
Há meses estamos neste mistério, nestes desencontros que me tira do sério e talvez me enlouqueça.
Esqueça, eu não sei pra onde iremos nem o que seremos mas eu reconheço que fugiu o controle.
Quando vejo já me perco o juízo, não me orgulho nem um pouco disso.
Talvez seja um imprevisto, um defeito maldito de sentir demais sem medir consequências.
Te espero, enquanto quero, como decidi partir, naquela primeira vez por motivos incertos.
E como quis, ter alguém por perto, ainda peço, mas com a pressa me fez iludir,l.
Em outros braços tentei me envolver, me machuquei, me humilhei em um caso errado, você sabe, que eu já te contei.

Foi quando você chegou mais uma vez e teu riso me acalmou.
Me iluminou e entendi que nem tudo era perdido.
Caminho certo por linhas tortas.
Sinceridade é uma dádiva, mas também um defeito, falo fácil, sem pensar.
Na hora, sem imaginar, já saio do lugar.
Então, você voltou com seu melhor sorriso e como amigo, chegou, reconquistou.
Me perdi e o sangue quente fez subir.
Primeira crise desde o reencontro.
Que enfim, abalou o que então recomeçou e eu quis fugir.

Embora meu desejo era te esquecer, por dentro eu não acreditava no que estava para acontecer.
Foi aí que segui, joguei a toalha e pensei:
"Quer saber que se dane, se ele não quer, eu não vou correr atrás".
E você apareceu, de novo e me fez ver que não estava acabado.
Não aguento o desespero, quando estou te tirando de mim, você me puxa para si.
Daí eu aceito, te procuro e vou a ti.
Quando aí é você que não está aqui, nem quer dizer que vai sentir.
Por medo, eu sei... Também tenho dele, mas aceito o risco.

Motivo? Eu sinto, nada nessa vida é em vão.
E se ela trouxe tantos desencontros, sobretudo resistência em uma das partes.
Se não de você, mas de mim, é porque Ele não quer que se apague, a chama do que pode estar por vir.
Na verdade eu não sei, nem você, nem ninguém, são apenas sinais.
Como o daquele beijo, meu Deus... Foi mágico, não há como negar.
Aquela conexão foi inexplicável, e foi a partir daí que eu não quis mais partir.
Eu vou estar aqui, se quiser continuar.