sexta-feira, 10 de março de 2017

Afinal, o desapego... é conquista ou doença?


Me peguei pensando em mim e me assustei com o que encontrei, ando desapegada dos sentimentos que unem duas pessoas e, embora isto seja uma vitória para alguns, não sei bem se me orgulho disso que eu me tornei.

Havia uma época em que eu me perguntava sobre como sentiam as pessoas frias, daquelas que se envolvem com outras, rompiam e nada as incomodava. Por alguma mágica do destino, estas criaturas não eram afetadas a ponto de arrancar lágrimas e fazer perder sentido um dia que teria tudo para ser feliz.

Esta sou eu hoje, de casos curtos, medíocres. Daqueles que chegam a desenvolver certo carinho, mas que de pronto, um nó bem no meio da linha, é suficiente para romper. E então, logo volto a mim e somente por mim, sem me afetar, sem sentir, sem reagir, como se nada significasse.

Que doença é essa, afinal? Me impede de sentir, me poupa sofrer, mas sem coração o ser não vive. Que graça tem conhecer sem doar o teu ser? O escudo construído foi tão forte, que de tanto proteger, passou a pertencer e hoje já não sai de mim mais.