Eu me apaixonei então, e não foi por alguém, mas pelo mundo, eu me apaixonei pela vida. Pelas coisas simples, pelo riso solto, pelo sol que brilha intenso aquecendo uma manhã de inverno, pelos pássaros que pulam felizes no pé de jabuticaba, pelo fogo que arde dentro do meu ser e me preenche, faz completa e tudo passa a valer a pena, quando os meus olhos não negam.
Nenhum tombo me faz parar, nem uma lágrima me cega, porque o mesmo manto azul que cobre a imensidão do céu, é o que reveste a minha vida, a proteção e o carinho que só minha Mãe pode dar. Ela nunca me abandonou, fui eu que estive ausente, a típica ingratidão de filha que se faz independente e cai sozinha.
Deixei ela tomar frente, rogar por mim para que o meu Pai guiasse, hoje eu não temo e não há do que me esquivar, porque sei que estás em tudo. Ela me guiou quando tudo parecia escuro, foi a luz que eu tanto pedi e buscava em outros lugares, em outras pessoas. A boca diz tudo aquilo que o coração ta cheio, então que seja de amor.
Por fim, quando assumi que amo e tudo mudou, me senti completa e renovada, me tornei invencível, vitoriosa pelo simples fato de existir e ter a chance de amar a vida, desde as coisas mais simples. No lugar do medo chegou conforto, aquele sorriso bobo que só quem se sente amada, pode sentir, eu me apaixonei e me apaixono todos os dias.
O amor do mundo não é nada comparado àquele que sentimos no coração, aquela energia que arrepia e te faz flutuar em meio ao turbilhão de problemas. É aquela certeza de que a vida não te pertence, mas quem dela cuida sabe exatamente do que você precisa e vai fazer de tudo pela sua real felicidade.
Passei a enxergar a vida com outros olhos e foi então que eu me apaixonei e não abro mão desse eterno amor...
